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janeiro 28, 2024Hoje tratarei de um tema de vital importância para qualquer empresa; ou seja, vou falar sobre a Gestão da Qualidade.
Erroneamente, algumas empresas ainda pensam na qualidade como um departamento de inspeção ou controle da qualidade.
Vamos entender um pouco sobre a evolução da qualidade ao longo da história.
Denominação |
Período |
Responsável |
Inspeção da Qualidade |
Anos 60 |
Inspetores da Qualidade |
Controle da Qualidade |
Anos 70/80 |
Inspetores da Qualidade |
Garantia da Qualidade |
Anos 90 |
Operários |
Qualidade Estratégica |
Anos 2000 |
Presidência da Empresa |
Fonte: Autor
No período da inspeção da qualidade (anos 60), realizada pelos inspetores da qualidade, o produto era produzido pelos operários e a qualidade dos produtos eram inspecionadas no final da linha produtiva através da inspeção realizada pelos inspetores da qualidade os quais avaliavam se o produto estava conforme ou não conforme. Pouco restava a ser feito quando a inspeção acusava produto não conforme (NC). A linha produtiva precisava realizar a produção proporcional ao que fora refugado como forma de completar a quantidade bruta a ser atendida. Esta forma de pratica da qualidade, ou seja; inspeção da qualidade no final da linha produtiva se tornou muito cara, pois nesta modalidade muito se empenhava para poder obter o produto final, no que diz respeito a matéria prima, mão de obra, tempo de produção, energia, insumos, para no final ser refugado, o que estava NC – Não Conforme.
As direções das empresas concluíram que a inspeção da qualidade precisava mudar sua forma de operar. Nos anos 80, foi estabelecido que a qualidade passaria a ser controlada ao longo da linha produtiva e não mais na inspeção da qualidade do final da linha produtiva. Desta forma a visibilidade sobre a qualidade ganhava em capacidade de intervir, caso algo estivesse fora de controle, durante o processo produtivo. Para tanto um forte aliado foi introduzido na fase do Controle da Qualidade; ou seja, o CEP – Controle Estatístico do Processo. Este controle era praticado através de software e interpretado pelos inspetores da qualidade, os quais emitiam pareceres sobre as intervenções e ou paradas das linhas produtivas quando as variáveis entre LSE (Limite Superior Especificado) e LIE (Limite Inferior Especificado) estavam fora do esperado sobre a capabilidade (capacidade) do processo em produzir qualidade e conformidade.
Apesar desta fase ter ganho em capacidade de intervenção ao longo da linha produtiva (semielaborado), mitigando em grande parte as não conformidades de final de linha produtiva (produto final), ainda a qualidade era resultado do controle realizado pelos inspetores da qualidade. Algo era notório, a qualidade era resultado do controle exercido ao longo da linha.
Os operários que eram os responsáveis pela produção do produto final ficavam como expectadores da qualidade, ou seja; pouco se responsabilizavam pela qualidade produzida. A qualidade era de responsabilidade dos inspetores da qualidade os quais utilizavam do CEP para interpretarem as não conformidades da linha produtiva.
Uma evolução havia sido conquistada, todavia não era suficiente, ainda!
Nos anos 90 foi entendido que a qualidade deveria ser produzida e não apenas inspecionada ou controlada. Este entendimento colocou o personagem operário como o protagonista desta etapa. Era necessário que o operário assumisse seu papel de produtor da qualidade na origem; ou seja, a cada operário cabia a missão de produzir qualidade na sua estação de trabalho, de tal forma que a qualidade passasse a ser qualidade garantida por aquele que realizava o processo produtivo. Esta etapa foi chamada, também, de qualidade assegurada.
Um grande passo foi conquistado nesta etapa, pois a qualidade finalmente passaria a ser produzida pelo seu responsável direto, ou seja; o operário.
Porém não se tratou de um passe de mágica. Foi necessário, primeiramente, que uma nova cultura fosse compreendida. Era necessário um novo olhar sobre os processos produtivos, onde simplesmente produzir e “empurrar” o produto semielaborado para frente já não fazia mais sentido. Era necessário que em cada etapa produtiva o operário daquela etapa fosse o responsável, o protagonista da qualidade assegurada. Era preciso investimento na capacitação dos operários, tanto nos aspectos técnicos como nos aspectos de formação conceitual/cultural. Esta revolução precisava ter seu início a partir da direção das empresas, pois era necessário ter apoio de toda ordem nesta nova jornada. Diga-se de passagem, todo movimento da qualidade deve ter seu início na direção de qualquer empresa estabelecendo as diretrizes e a cultura favorável a qualidade. Desta forma os funcionários sentem confiança em agir a favor da qualidade.
Na versão de 2008 da ISO 9001 foi estabelecido que o SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade deveria trazer como seu representante maior a primeira autoridade da empresa e que a área da qualidade deveria se reportar ao primeiro escalão da empresa.
No período a partir do ano 2000 a qualidade passou a ser responsabilidade do presidente da empresa e a mesma ganhou contornos de qualidade estratégica, trazendo orientações de comando para toda a empresa sobre o nível da qualidade a ser aplicada nos processos e nos produtos.
Isso não quer dizer que as outras etapas dos períodos anteriores tenham desaparecido. Todas as etapas podem de alguma forma representar a ação da qualidade para uma determinada empresa, com seu grau de aplicação e suas consequências. O ideal é que uma empresa possa ter a pratica onde os operários possam ser os protagonistas da qualidade garantida e que as estratégias da qualidade sejam comandadas pelo presidente da empresa.
Na sua empresa, em que estágio se encontra a aplicação da qualidade?
O (A) convido a seguir nos acompanhando, nas próximas publicações.
Vem comigo!
MSc. Escamia, JH
CEO – OTTO